Por Ednir Oliveira
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24 de agosto de 2020
Quase todos nós já lidamos com algum pico de ansiedade pelo menos uma vez ou outra na vida. Ter ansiedade é normal e essencial para a sobrevivência humana, é ela quem vai nos alertar para algumas situações de perigo que podem vir acontecer. Ela se manifesta de várias formas, sobretudo através do medo de que algo desagradável poderá ocorrer. De acordo com o DSM-V 2014, ansiedade só será uma ameaça para o indivíduo no momento em que os sintomas da ansiedade se tornarem mais intensos, quando o indivíduo começa a se sentir inseguro em situações que não são perigosas, aumentando a potência com o que o indivíduo sente essa intensidade e a quantidade que ocorre também juntamente com o medo. Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura. Além da genética que é um componente da ansiedade, as dificuldades da vida são indiscutivelmente uma das razões pela qual nos tornamos ansiosos, nossos conflitos internos, estilos de vida, nossas emoções, doenças, as dificuldades de inclusão na sociedade podendo conduzir para uma sintomatologia ansiosa. Sendo assim, a ansiedade é o gatilho para estimular outros transtornos psíquicos e emocionais, em constante domínio da mente, a ansiedade pode levar a enfermidades psicossomáticas como dores de cabeça, alergias e entre outras. Estudos da OMS (organização Mundial de Saúde), mostraram que o transtorno de ansiedade está presente em 9,3% da população brasileira e esse número deve aumentar, pois países onde a renda salarial é muito baixa, as pessoas tendem a sofrer mais com depressão e ansiedade devido ao medo do desemprego, podem acabar se expondo a fatores de riscos laborais, as relações no trabalho também são fatores que levam a ansiedade e depressão . Esse estudo revela um reflexo do desenvolvimento da sociedade moderna, onde as pessoas estão cada vez mais ocupadas e muitas vezes trabalhando em locais insalubres ou com demandas muito altas, gerando assim, os transtornos mentais e comportamentais especialmente de ansiedade, estresse e depressão. O indivíduo com ansiedade pode procurar ajuda e manter uma vida normal, terapia cognitivo comportamental mostrou ser bastante eficaz no tratamento de transtorno de ansiedade maior, utilizando técnicas de auto ajuda, estratégias para reduzir e controlar os níveis de ansiedade. Em situações de isolamento: é recomendável que as pessoas possam utilizar de meios de comunicação confiáveis para que elas possam estar atualizadas e seguras das informações passadas pelos meios de comunicação, isso ajudará a manter uma imagem clara e ver como as coisas mudam. Identificar quais situações o indivíduo fica mais ansioso, é possível identificar situações específicas ou tipos de situações que podem estar gerando ansiedade, é importante tentar identificar se existe uma relação entre elas para que junto com o terapeuta a pessoa possa trabalhar elas futuramente. Manter pensamentos positivos para tentar afastar os pensamentos negativos, no entanto, é preciso questionar os pensamentos negativos para saber a veracidade desses pensamentos. Abandone a necessidade de controlar: Ao usar essa regra, você aprenderá que os seus pensamentos, sensações e emoções ansiosas diminuirão por conta própria. Você aprenderá que não há nada a temer. Descobrirá que pode descansar, relaxar, observar e tomar distância deste alarme. Abandonar a necessidade de controlar o ensinará a se sentir seguro. Tentar não acumular tarefas para evitar se sobrecarregar e ficar ansioso pelo fato de saber que pode não dar conta de terminar tudo no prazo determinado. Aprender a controlar a respiração: a maneira como respiramos quando estamos cansados, é diferente da maneira que respiramos quando estamos nervosos, é importante observar a forma como se está respirando, pelo menos três vezes ao dia. Caso, de alguma forma sentir-se nervoso ou alterado, é interessante fazer uma respiração profunda para baixar a ansiedade e voltar a um estado confortável. Praticar exercícios físicos: exercícios físicos e uma alimentação saudável, são muito significativos para a saúde, a prática deles estimulam a produção de substâncias que relaxam o corpo, sensação de bem-estar melhoram o humor como, endorfina e serotonina e com isso ajuda a melhorar a ansiedade. Manter o foco no presente e evitar pensamentos muito futuro: pessoas ansiosas tendem a pensar muito no futuro, pensamentos de que coisas irão acontecer e que muitas vezes não acontecem, saindo do foco do presente e acabam ficando ansiosos, é importante manter o foco no presente e evitar o que ainda está por vir. Contudo, é importante nos conhecermos bem, identificar nossos pontos fracos para compreender e manejar esses momentos que antecedem ou que podem desencadear a ansiedade. REFERÊNCIA Leahy, Robert L. Livre de ansiedade. Tradução: Vinícius Duarte Figueira; revisão técnica: Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, Rodrigo Fernando Pereira. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2011. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM-5 / [American Psychiatric Association; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli … [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2014. Organização Mundial de Saúde-OMS. Depression and other common mental disorders: global health estimates[Internet]. Geneva: WHO; 2017. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/254610/1/WHO-MSD Speaking of Psychology: Coronavirus Anxiety. Disponível em: < https://www.apa.org/research/action/speaking-of-psychology/coronavirus-anxiety> . Acesso em: 24 março 2020.