O impacto da doença e das medidas contra a propagação são sentidos na sociedade e na economia, mas também nos relacionamentos. Estas medidas de emergência têm resultado na permanência das pessoas em suas casas e podem ter influência sobre o casal e sobre a família, podendo ter como conseqüência o fim de um relacionamento ou início de um vínculo mais profundo, dependendo da forma de como se investe este tempo.
Provavelmente sentiremos sensações de estresse, mesmo não estando confinados ou infectados, a pandemia pode provocar ansiedade. Os sentimentos de medo e incerteza diante do imprevisível é natural.
Algumas medidas tornam-se necessárias e são eficazes para lidar com a situação. A primeira delas é relativizar as sensações. Devemos estar cientes que esta situação tem um começo e um fim (que nos será indicado pelas autoridades) o objetivo é um plano para si mesmo e para a sociedade. É muito importante confiar nas autoridades e nas informações prestadas pela mídia oficial não detendo-nos em boatos ou opiniões infundadas. É preciso racionalizarmos para que o medo, seja de contrair doenças ou de ter um desenlace ruim, não domine nossos sentimentos deixando-nos desconfiados e demasiadamente ansiosos.
Além disto, é de suma importância nos examinarmos sem projetar no outro. Lidar com a própria angústia, com os medos despertados pela incerteza e a sensação de falta de controle torna difícil que compartilhemos algo diferente do que demandas que visem acalmar nossos desejos de que o outro faça algo que ajude a acalmar o que sentimos por dentro. Devemos ver que o bem estar e a tranqüilidade são sentidos que devemos procurar em nós mesmos e não procurar respostas imediatas nos outros. É um tempo para refletir, olhar para dentro, nos perguntar como estamos vivendo tudo o que está despertando em nós esta situação.
É preciso haver educação e respeito radicais. Somente desta maneira conseguiremos evitar os conflitos com aqueles que compartilham desta convivência prolongada conosco. Torna-se necessário, ainda é dar um enfoque positivo à situação, não nos concentrando na idéia de que não podemos escolher sobre nossas vidas. Devemos ter rotinas essenciais para desenvolvermos bem e eficazmente os nossos dias, trabalhar em equipe podendo, em certos casos, fazer pedidos de ajuda para desempenhar nossas funções em casa.
Podemos nos divertir juntos, mas também podemos, na medida do possível, recolher-nos na solidão, como medida de organizarmos nossas idéias. Abstrair-se em assuntos diferentes não significa que há um terceiro na relação ou que se tenha perdido o interesse.
Se ainda permanecer a pergunta sobre como sobrevivemos ao desafio de trabalhar, cuidar dos filhos e da casa e não enlouquecer, aqui seguem algumas sugestões úteis que têm funcionado na prática:
1-Acorde em horário normal fazendo a rotina de interesse;
2-Planeje pausas de cafés virtuais com os amigos;
3-Separe um espaço para trabalhar e relaxar;
4-Faça pausas suficientes durante o dia;
5-Crie rotina com pausas para exercícios;
6-Evite o isolamento, continue falando com pessoas;
7-Obtenha cadeira e mesa confortáveis e um lugar quieto para poder focar;
8-Vista-se adequadamente, não fique de pijamas;
9-Estabeleça horas específicas de trabalho;
10-Separe o tempo, em que se locomoveria, para leitura.
Filhos costumam trazer muitas alegrias na vida dos pais. O amor que não tem medida, a vibração das pequenas alegrias e grandes conquistas, falas divertidas abraços apertados...Também fazemos amigos graças a eles, nas portas das escolas, nas festinhas, nos grupos de WhatsApp fazemos amizades paralelas às deles, que costumam crescer e se tornam para vida toda. Sem parques e escola, as crianças que tem boas condições econômicas fazem conferências online, mas todas elas, sem distinção de classe social, queixam-se da saudade dos amigos.
Ainda assim é necessário haver uma rotina para a organização. Apesar das crianças adorarem brincar, fazer bagunça, ver TV, elas querem segurança de saber que um adulto zela por elas e que vai lhes avisar precisam comer, se limpar, estudar e desconectar.
REFERÊNCIAS
https://aovivo.folha.oul.com.br Quarentena em família-Folha ao vivo
https://brasil.elpais.com/smoda Sob o mesmo teto e sem sair: guia para superar a quarentena em casal