O mundo está enfrentando um momento delicado, que atinge cada um de nós individualmente. Essa pandemia nos trouxe um estado de alerta constante, buscando sempre por informações para nos sentir seguros, porém como o velho ditado já diz, tudo em excesso faz mal. Além da necessidade de sabermos separar nesse grande volume de informações o joio do trigo.
Nossa mente busca se atualizar o tempo todo sobre a situação do COVID-19 como uma forma de segurança, porém esse excedente de conteúdo aumenta significativamente os níveis de ansiedade. O que torna a situação mais difícil ainda de ser sobrepujada. Esse se torna um ótimo momento para a auto observação, sabermos o que apenas faz mal para a nossa saúde emocional e o que não é excencial. Será que é realmente necessário assistir a todos os noticiários sobre o assunto? Em dado momento poderemos estar até assistindo notícias repetidas e não utilizando o tempo que a quarentena nos proporciona de uma maneira sadia, já que vamos estar fomentando o estado de alerta em demasia. Construir uma rotina pode ser uma forma de redirecionar o foco da enxurrada de informações. Ou ler todas as mensagens que são repassadas nos grupos? Esse também pode ser um ótimo momento para pensar se é necessário fazer parte de tantos grupos no Whatsapp. A quarentena pode ser um momento para se conectar consigo mesmo. O melhor é escolher um determinado horário para chegar a informação, buscar de maneira ativa e não apenas receber de forma passiva.
No meio de tantas informações é difícil distinguir o que se pode confiar ou não. Por isso antes de compartilhar algo precisamos nos certificar que não estamos contribuindo, mesmo que seja de maneira inconsciente para a propagação de fake news. O ditado que diz que “a mentira que é contada muitas vezes acaba por se tornar uma verdade” se encaixa perfeitamente na questão do compartilhamento de mentiras por meio das redes sociais. Podemos saber sobre a veracidade da informação buscando em fontes seguras como os órgãos oficiais. O próprio site do Ministério público tem um espaço destinado a desmascarar fake news e correntes super sensacionalistas. Para evitar esses tipos de falácias podemos abrir o arquivo e verificar o seu conteúdo, o que na maioria das vezes não acontece como aponta o estudo feito em 2016 pela Universidade de Columbia e o Instituto Nacional Francês que revela que a maior parte dos links (59%) compartilhado nas redes sociais foram sequer abertos (Dewey, 2016).
Em um momento de crise como estamos vivendo e ainda vamos viver, precisamos compreender o que está no nosso controle e o que e foge a nossa ossada. Precisamos tomar as medidas necessárias de prevenção, orientadas pelas fontes confiáveis, para proteger as pessoas ao nosso redor e a nós mesmos. Mas também é imprescindível cuidar do nosso emocional, saber que não temos o controle de todas as coisas, mas juntos podemos mais e melhor.
Referências
Delmazo, Caroline, & Valente, Jonas C.L.. (2018). Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo, 18(32), 155-169
Dewey, C. (2016). 6 in 10 of you will share this link without reading it, a new, depressing study says. The Washington Post.
Leite, J. S. G.; Pinho Neto, J. A. S. O pensamento, a análise e a reflexão em tempos de excesso e obsolescência da informação. Informação & Tecnologia, v. 1, n. 2, p. 34-41, 2014.